Catarse, histeria coletiva, loucura total.

Essas são as palavras geralmente utilizadas para descrever a atmosfera da mais concorrida sessão do MixBrasil, o Show do Gongo.

Marisa Orth encarna a Poderosa do Gongo que, de posse da baqueta, domina a plateia ansiosa por expressar suas opiniões sobre os vídeos incritos. Este ano o espírito se mantém. Até a data marcada para o Show do Gongo, que acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Festival MixBrasil recebe vídeos de até cinco minutos, em VHS ou DVD.

Vale tudo, tudo mesmo.

Mas é preciso saber ativar pontos de interesse bastante específicos para conseguir sobreviver: após trinta segundos de exibição, Marisa pode expressar a vontade do público e interrompê-la, com o soar do Gongo.

Os (raros) sobreviventes são submetidos a um glamuroso trio de jurados que dá notas e escolher o vencedor. Os prêmios costumam ser ainda mais infames do que os vídeos apresentados. Haja desapego à própria obra!

Em suas seis primeiras edições, o número de vídeos inscritos triplicou, o que determinou que apenas 24 (número cabalístico) sejam sorteados para exibição.

Uma escola audiovisual trash se formou nestes anos. Um verdadeiro “estilo gongo” foi desenvolvido e surgiram clássicos como “A Bicha de Blair”, “Ânus Incríveis”, “A Mona do Lotação”, “Tudo O que VocÊ Quer Ser”, “Gragotah Konequixon” e “A Outra Filha de Francisco” que, à moda do Gongo, infringiu as “regras” do festival e emplacou na Mostra Competitiva Brasil!

Um programa imperdível.