Iniciando um resgate de textos clássicos da dramaturgia homoerótica, foi escolhido “Os rapazes da banda” (The boys in the band), de Mart Crowley, obra fundamental do teatro GLBT.

Escrita em 1968, a peça fez sucesso no off-Broadway por retratar, pela primeira vez nos palcos, a vida gay em plena revolução sexual, numa era pré-AIDS. Noite de chuva em Nova York, oito amigos se reúnem em uma festa de aniversário, uma gay party cujo principal presente é um garoto de programa vestido de cowboy (ícone máximo da masculinidade norte-americana). Esse princípio, bastante simples, desencadeia diálogos fortes, inteligentes e bem humorados – muitas vezes sarcásticos e ácidos.

Em 1970, o ator John Herbert assiste a peça nos Estados Unidos e resolve trazê-la para o Brasil. Com produção dele e de Eva Wilma (sua esposa na época), “Os rapazes da banda” tinha elenco estrelado: além do próprio Herbert, participaram Walmor Chagas, Raul Corrtez, Antonio Pitanga, Denis Carvalho, Tony Ramos e Osmar Prado. Estreou em São Paulo, em 1972, no Teatro Cacilda Becker, com direção de Maurice Vaneau e fotografias de Vânia Toledo.

Nada disso, porém, não impediu que fosse censurada um dia após a estreia no Rio de Janeiro, no Teatro Maison de France, porque a mulher de um general se sentiu agredida pela temática. No cinema, “Os rapazes da banda” foi lançada no auge do sucesso da peça, em 1970, com direção de William Friedkin. A leitura desse texto histórico terá direção de Vivian Buckup e participação dos atores Daniel ALvim, Nilton Bicudo, Pedro Moutinho, entre outros.