(EUA – 1967/2007 – 56 min)
DIREÇÃO: William E.Jones
Este documentário reúne material filmado pela polícia na cidade de Mansfield, Ohio, ao longo de três semanas no verão de 1962, em meio a um escândalo envolvendo sexo em lugares públicos. Um cameraman se escondeu no closet de um banheiro público, sob a principal rua da cidade, e como uso de imagens espelhadas registrou atividades clandestinas entre homens comuns, de todas as raças, classes e idades (há até um adolescente que aparece com dois homens bem mais velhos). O material foi usado em corte judicial contra os envolvidos. Todos foram condenados por sodomia e sentenciados a um ano de detenção, no mínimo, na penitenciária estadual. Alguns deles se suicidaram após o veredicto. Esse material de vigilância caiu nas mãos do cineasta William E.ojnes enquanto ele pesquisava sobre casos jurídicos para um documentário. Ao contrário de outros trabalhos do videoartista (sempre ligados ao homoerotismo), nos quais ele manipula material prévio para fins estéticos, Jones aqui apenas ele manipula material prévio para fins estéticos, Jones aqui apenas justapôs cenas não editadas, sem tratamento (as imagens são toscas e granuladas, por vezes desfocadas e mal enquadradas) e sem qualquer som ou trilha sonora. Jones considerou o material original poderoso por si só e praticou interferência mínima. O filme existe hoje num incômodo equilíbrio entre o mais puro voyeurismo e a discussão dos limites da vigilância, terna contundente em tempos de paranoia antiterrorista e comportamento Grande Irmão por parte dos goveros. Há uma urgente atualidade na obra, com uma série de aspectos estéticos e políticos que ressurgem hoje em novos contextos e propósitos.