MIX.LITERARIO
Celebrar a oitava edição do Mix Literário é reconhecer que a literatura queer brasileira e internacional segue abrindo caminhos, reinventando a linguagem e oferecendo novos modos de existência. O projeto nasceu do desejo de criar um espaço de encontro para autoras, autores e leitores que escrevem e leem a partir das margens, e hoje se consolida como uma das plataformas mais importantes para pensar e sentir a literatura como território de resistência e invenção.
Neste ano, as ações concentram-se em duas mesas de debate com os jurados dos prêmios Mix Literário e Caio Fernando Abreu, além de encontros de formação em que escritoras e escritores compartilharão suas experiências de criação literária, presencialmente, na Biblioteca Mário de Andrade. Mantendo o diálogo internacional que marca o Mix Literário nos últimos anos, recebemos também a autora francesa Anne Pauly, uma das vozes mais potentes da literatura lésbica contemporânea, que participa da programação e assina uma discotecagem da festa de abertura do Mix Brasil.
Ainda que em formato mais concentrado, seguimos fiéis à proposta de promover o diálogo, a escuta e o fortalecimento das redes que sustentam a literatura queer contemporânea.
Este caminho não se faz sozinho. É graças ao acolhimento institucional da Biblioteca Mário de Andrade, que abre suas portas para nossa programação desde as primeiras edições, que conseguimos inscrever a literatura queer no coração cultural de São Paulo. Contamos também com o apoio da Editora Reformatório, parceira na circulação de vozes que desafiam fronteiras, e do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, sem o qual o Mix Literário não teria nascido nem se mantido vivo todos esses anos.
Chegar à oitava edição é, portanto, celebrar uma história de alianças e persistência. Que este ano seja mais uma oportunidade de transformar a palavra em gesto coletivo, reafirmando que a literatura é, ao mesmo tempo, memória, desejo e horizonte.
Alexandre Rabelo, escritor e curador