A Queer Palm é o prêmio queer do Festival de Cannes para filmes de longa e curta-metragem que abordam temas ou personagens LGBT+, feministas ou que desafiam as normas de gênero. Todos os anos, um júri – composto por cinco diretores, atores e profissionais do cinema internacional – delibera sobre uma seleção de filmes que abrangem todas as competições de Cannes. Os jurados da Queer Palm já foram presididos por cineastas como Lukas Dhont, John Cameron Mitchell, Bruce LaBruce, João Pedro Rodrigues, Julie Gayet, Virginie Ledoyen, Travis Mathews e Desiree Akhavan.
Criada em 2010, a Queer Palm está na vanguarda das mudanças sociais contemporâneas. Premiou filmes que revolucionaram o cinema queer e contribuíram para o desenvolvimento de novas imaginações cinematográficas, como Kaboom (2010) de Gregg Araki, 120 BPM (2017) de Robin Campillo, Joyland (2022) de Saim Sadiq, Monster (2023) de Hirokazu Kore-eda e Three Kilometers to the End of the World de Emanuel Pârvu este ano.
2024 marca um ponto de virada para a Queer Palm, que cria o Queer Palm Lab.
Trata-se de um programa anual de mentoria destinado a apoiar projetos de primeiro longa-metragem de todo o mundo para nutrir o cinema queer do amanhã. Todos os anos, cinco vencedores recebem apoio personalizado e coletivo ao longo do ano e participam de uma residência para escrever e desenvolver seus projetos de longa-metragem. Eles também são convidados ao Festival de Cannes para apresentar seus projetos aos profissionais do cinema.
Como parte de uma parceria excepcional entre Queer Palm e o Festival Internacional de Cinema de Morelia, a residência profissional do Queer Palm Lab foi realizada em Morelia, durante o festival (outubro de 2024). Os participantes receberam apoio metodológico da produtora Marie-Pierre Macia e puderam se encontrar com cineastas e profissionais convidados, como Ira Sachs, Javier Van de Couter, Nahuel Pérez Biscayart, Ava Cahen e Cédric Succivalli, entre outros. Além disso, os cinco participantes tiveram sessões de exibição e conheceram a cena mexicana e latino-americana.
O “padrinho” do Queer Palm Lab 2024-2025 é o diretor belga Lukas Dhont, vencedor da Caméra d’Or e da Queer Palm em Cannes em 2018 por Girl e do Grand Prix por Close em 2022, e que também apresentou Aula Magna no MixLab Spcine em 2022.
Em 2025, a Queer Palm celebrará seu 15º aniversário. Para esta comemoração especial, serão organizadas retrospectivas para assistir e rever filmes que venceram a Queer Palm.
Este ano de celebração especial será lançado em São Paulo com a presença de seu presidente e fundador, Franck Finance-Madureira, na 32ª edição do Festival MixBrasil.
Franck Finance-Madureira é um jornalista e crítico de cinema francês. Ele dirige o FrenchMania, um site dedicado ao cinema francês e de língua francesa, e escreve para o Têtu, o principal meio LGBT+ francês, além de colaborar com Trois Couleurs e Strobo. É presidente e fundador da Queer Palm, o prêmio LGBT+ do Festival de Cinema de Cannes, que ele criou em 2010, e do Queer Palm Lab, um programa de mentoria e residência de um ano organizado em parceria com o Festival de Cinema de Morelia, no México, para diretores queer, lançado este ano. Ele já integrou vários júris internacionais (Berlim, São Francisco, Guadalajara, Tel Aviv, Lisboa, Torino, Belgrado, Milão, entre outros).